Este artigo assume como referencial teórico os postulados da Semiótica Discursiva, mormente na sua versão Tensiva (FONTANILLE; ZILBERBERG, 2001; FONTANILLE, 1998), que concebe o discurso como um campo de presença dotado de um centro sensível e de horizontes a partir dos quais as grandezas semióticas são moduladas em termos de presença e ausência, ou seja, um campo no qual as grandezas se tonificam ou se atonizam em relação a uma instância de natureza proprioceptiva. Nosso objetivo é analisar três notas jornalísticas com o propósito de acompanhar as modulações da presença da enunciação no enunciado. Supomos inicialmente que estas modulações promovem a tensão entre isotopias concorrentes, repercutem no grau de sua profundidade e, nestas notas, especificamente, geram um efeito metafórico graduável em termos de modo de existência semiótica. Os exemplos analisados mostram a necessidade de adotar um tratamento mais complexo para as relações entre enunciação e enunciado, sobretudo se quisermos levar em consideração a tensão entre estas duas instâncias, sempre regulada pelos modos de existência semiótica.
This paper's theoretical framework concerns the Discourse Semiotics' assumptions, primarily its Tensive version (FONTANILLE; ZILBERBERG, 2001; FONTANILLE, 1998), which conceives the discourse as a field of presence, endowed with a sensitive core and horizons from which semiotic magnitudes are modulated in terms of presence and absence, i.e. a field in which magnitudes become tonic or atony regarding a proprioceptive nature instance. Our goal is to analyze three newspaper notes in order to monitor utterance presence modulations in a sentence. This study initially assumes that those modulations promote tension between co-occurring isotopies, impact their degree of depth, and specifically in these notes, they cause a gradable metaphoric effect in terms of semiotic existence mode. Examples analyzed here show the need for adopting a more complex treatment for relationships between utterance and sentence, mainly if one desires to consider the tension between both instances - always governed by semiotic existence modes.